Olá! Você que está nos visitando, seja bem vindo! Somos um grupo de professoras interessadas em aprimorar a competência leitora e também a escrita em contexto digital. Temos em mente que a leitura é uma arquicompetência, ou seja, ela permeia todas as áreas do conhecimento. Implica dizer, então, que a competência leitora deve ser trabalhada em todas as disciplinas que compõem o currículo escolar.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
A leitura do mundo
Não dá para falar de leitura sem mencionar Paulo Freire, segundo seus pressupostos (2003, p.11), a leitura “não se esgota na decodificação pura da palavra”. Embora esta seja uma condição necessária para o processo da leitura, o ato de ler vai além: “a leitura do mundo precede a leitura da palavra, da mesma maneira que o ato de ler palavras implica necessariamente uma contínua releitura do mundo” (Freire/Macedo: 2006). Em outras palavras, ao lermos um texto, só conseguimos dar sentido à nossa leitura quando a relacionamos com o nosso cotidiano, nossas experiências e nosso conhecimento prévio.
Por que ler? Literatura para quê?
Por que ler, para que serve a literatura?
Para responder a essas perguntas, podemos elencar uma série de motivos. Desde a leitura como construção do conhecimento, lazer, fruição, mas segundo Compagnon, a literatura nos proporciona muito mais, veja abaixo, o que ele nos diz porque vale a pena ler, então.
"A literatura deve, portanto, ser lida e estudada porque oferece um meio - alguns dirão até mesmo o único - de presevar e transmitir a experiência dos outros, aqueles que estão distantes de nós no espaço, ou que diferem de nós por suas condições de vida. Ela nos torna sensíveis ao fato de que os outros são muito diversos e que seus valores se distanciam dos nossos. (...) "A resposta final à pergunta - "por que ler? - escreve Bloom, é que somente a literatura intensa, constante, é capaz de construir e desenvolver um eu autônomo. Em favor da leitura cria-se uma personalidade independente capaz de ir em direção do outro.(...) A literatura desconcerta, incomoda, desorienta, desnorteia mais que os discurssos filosófico ou psicológico porque ela faz apelo à emoções e à empatia. Assim, ela percorre regiões da experiência que os outros discursos negligenciam, mas que a ficção reconhece em seus detalhes. Kundera nos lembra "a única moral do romance é o conhecimento; o romance que não descobre nenhuma parcela até então desconhecida da existência é imoral". A literatura nos liberta de nossas maneiras convencionais de pensar a vida, a nossa e a dos outros - ela arruína a consciência limpa e a má fé. Constitutivamente oposicional ou paradoxal - protestante como o protervus da velha escolática, reacionária no bom sentido - , ela resiste à tolice não violentamente, mas de modo sutil e obstinado. Seu poder emancipador continua intacto, o que nos conduzirá por vezes a querer derrubar os ídolos e a mudar o mundo, mas quase sempre nos tornará simplesmente mais sensíveis e mais sábios, em uma palavra, melhores" Compagnon, pp .47,49.
Concepção de leitura na pós-modernidade
Na pós-modernidade, a leitura adquire uma concepção mais abrangente, abrindo espaço para as múltiplas leituras de um texto, desde de que seja observada a leitura autorizada, é óbvio. Por considerarmos o homem como um ser sócio-cultural, de acordo com os pressupostos de Vygotsky e também de Bakhtin, isto é, cada leitor constrói sentido do texto de acordo com o contexto no qual está inserido em uma determinada cultura. O trecho abaixo, de autoria de Saramago, ilustra muito bem esse conceito:
"Vivi, olhei, li, senti. Que faz aí o ler. Lendo, fica-se a saber quase tudo, Eu também leio, Algo portanto saberás, Agora já não estou tão certa, Terás então de ler doutra maneira, Como, Não serve a mesma para todos, cada um inventa a sua, a que lhe for própria, há quem leve a vida inteira a ler sem nunca ter conseguido ir além da leitura, ficam pegados à pagina, não percebem que as palavras são apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio, se estão alí é para que possamos a chegar à outra margem, a outra margem é que importa, A não ser, A não ser, quê, A não ser que esses tais rios não tenham duas margens, mas muitas, que cada pessosa que lê seja, ela, a sua própria margem, e que seja sua, e apenas sua, a margem a que terá de chegar," A caverna – José Saramago – p. 77
Crônica - Um dia de verão inusitado
Um dia de verão inusitado
Era uma linda manhã de verão. Abafada, calor insuportável, sol causticante que provocava até um mal estar nas pessoas. O suor escorria pela minha face. O clima nos convidava para refrescantes horas à beira da piscina ou mesmo uma visita providencial ao litoral. Eu me imaginava sentada debaixo de um guarda sol, acompanhada de alguns amigos, bebendo água de coco e jogando conversa fora.
Porém, esses pensamentos e sonhos foram interrompidos pelas urgências e as obrigações do meu cotidiano. Ouço o toque do celular, anunciando um novo dia, abro os olhos e consulto o relógio, hora de pular da cama. Tomo uma ducha para me refrescar e começar mais um dia de labuta. Um dia como o de milhares de pessoas, corrido, atabalhoado e recheado de compromissos.
Logo de manhã, sinto a falta de alguns ingredientes para o preparo do almoço. Resolvo, então, ir até ao supermercado da esquina próxima de casa. Caminho até a porta, destranco a fechadura, abro a porta e me dirijo ao elevador.
No elevador cumprimento alguns vizinhos, iniciamos, ou melhor, trocamos algumas palavras acerca da temperatura que nos castigava. Simples trocas de palavras, de forma educada e corriqueira na fugacidade dos encontros nos elevadores. Um comentário, porém, chamou a minha atenção, meu vizinho do andar de cima, conta-me que o porteiro na noite anterior encontrara um homem caído na soleira do prédio ao lado do nosso. Tratara-se de um entregador de pizza que tivera um mal súbito. O porteiro chegou a tocar no corpo do homem que já estava frio e rígido, constatando tratar-se de um cadáver. Imediatamente, o porteiro atordoado discou o número da Central de Polícia, que demorou algumas horas para chegar e tomar as devidas providências que o caso solicitava. Ficando o cadáver ali exposto, assustando e atrapalhando a rotina dos moradores da região.
Após despedir-me dos meus vizinhos, em instantes, alcancei a rua e atravessei para o lado oposto do meu prédio, no intuito de chegar ao meu destino. Ia pensamento no relato do meu vizinho. Ao colocar os pés na calçada da esquina, súbito, senti que algo ou alguém havia roçado minha cabeça. Corri o olhar em torno e constatei que não havia absolutamente nada ou ninguém. Dei mais alguns passos, qual não foi minha surpresa e novamente senti novo roçar ou coisa semelhante. Naquele momento, dado ao inusitado do acontecimento não conseguia distinguir ou saber o que estava acontecendo.
Apressei os passos em direção ao supermercado, um novo roçar, corri desesperada até chegar ao comércio. Pensei que estivesse tendo uma espécie de alucinação, ou coisa semelhante... algo bem surreal. Além disso, a conversa no elevador tinha me deixado um tanto apreensiva. Cheguei ao supermercado agitada, confusa, desesperada, dizendo que estava sendo atacada, mas não sabia dizer o que era. Mil pensamentos vieram a minha mente.
Depois de me acalmar um pouco, conversando com as pessoas, descobri que eu havia invadido o território de uma família de quero-queros. Pois, no prédio da esquina havia um coqueiro e bem lá no alto se instalara uma família de quero-queros, cujo ninho abrigava alguns filhotinhos recém nascidos. Eu havia invadido o que há de mais sagrado, isto é, o sossego de uma família curtindo seus filhos recém nascidos na segurança do seu lar. Imaginem ... em plena capital paulista, em meio à agitação, ao caos e à poluição urbana, sofri alguns ataques de voos rasantes de um quero -quero que só queria, tão somente, proteger sua família.
Uma das características do quero-quero é ser uma ave territorial muito cuidadosa e vigilante. Em consequência disso, manifesta-se de forma agressiva e protetora ao primeiro sinal de um intruso em seus domínios, seja dia ou noite. Tenho que confessar, até meio embaraçada... eu estava tão aturdida com a conversa no elevador acerca do entregador pizza encontrado morto, que cheguei até a pensar, imaginem!!! acometida por pensamentos sobrenaturais, estar sendo atacada por ele. Debaixo de um sol causticante, em plena cidade de São Paulo, em um dia de verão inusitado.
o voo do quero-quero
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Crônica - O INESPERADO
O
INESPERADO
Na manhã de segunda- feira, o vento
assoprava sem parar, dia de trabalho
duro, depois de um domingo de churrasco, uma manhã gelada, a cama quentinha me convidava para
ficar mais um pouquinho, acordei meio cansada querendo continuar dormindo, mas
o dever me chamava.
Abri os olhos com muita preguiça, o ar gelado
fazia com que eu me encolhesse, olhei para o celular e vi que ainda tinha uns
minutinhos, enrolei mais um pouquinho na cama, me cobri com o edredom, agarrei
o travesseiro macio, mas logo pensei:
Já que acordei, vamos levantar, não adianta
mais enrolar, fui ao banheiro, escovei os dentes, a água congelava minhas mãos,
liguei o chuveiro rapidamente, deixei enfumaçar todo o banheiro e ainda ousei
escrever no espelho: Bom dia!
Quando
escutei o barulho da campainha,
misturado com o barulho do chuveiro naquele som gostoso de inverno, havia
tirado a roupa e já ia entrar embaixo daquela água deliciosa, quando escutei
novamente a campainha tocar por mais
duas vezes, achei estranho, logo cedo!
Enrolei-me na toalha com arrepios de frio e fui
em direção a porta olhei pelo olho mágico e não avistei ninguém, mesmo assim a abri ,
levei o maior susto, vi um homem de pele clara, cabelos grisalhos, caído
na soleira, corri o olhar em torno, nada, ninguém !
Pulei o rapaz que estava na minha porta e
abaixei-me para ver o que estava acontecendo com ele, quando de repente a
senhora de 78 anos abre a porta de seu apartamento ao lado do meu sai e
grita em um som estridente:
- Que horror, este povo não respeita os mais
velhos!
Por uns minutos fiquei sem entender nada,
quando me dei conta da situação, eu estava
com a toalha caída no chão e imaginei o que se passou na mente daquela
senhora.
Continuei
mexendo o homem com os dedos e
senti que o mesmo estava frio e rígido, com rosto pálido, meu coração disparou , está morto, achei que estivesse apenas dormindo! Meu pensamento voou:
Meu
Deus, o que vou fazer, e agora? Quando ia me levantar escutei um barulho de
porta, era o senhor do outro apartamento, que também levantara cedo para buscar
o jornal, corri para o elevador para me
esconder, não queria que me visse naqueles trajes, mas não adiantou, o senhor Antonio foi direto
para o elevador , olhou para mim já apertou o botão do elevador para o térreo e
teceu um terrível comentário, com um olhar de riso:
- Bom dia, a noite foi
boa, hein!.....Ah! Coloque o seu namorado para dormir na cama! Abaixei a cabeça e fingi não escutar nada,
assim que o elevador parou ele desceu e eu apertei o elevador para cima
novamente, milhões de coisas passavam pela minha mente. Ao parar o elevador
desci correndo, entrei em casa, fechei a porta com o coração disparado, fui
desligar o chuveiro e fiquei a pensar novamente:
O senhor Antonio me vira por aqui, a senhora
ao lado também, eles irão depor contra mim! Meu Deus o que farei, ligo ou não
para a polícia?
Peguei o telefone disquei 190 e fiquei a escutar :
- Alô, um, nove, zero, o que posso ajudá-lo?
- Alô, alguém aí?
- É da polícia, quem está aí?
A angústia tomava conta
de mim, não tinha força para falar, o medo me invadiu.
Desliguei rapidamente o
telefone e fui ver se o morto ainda estava lá, quem sabe era apenas um sonho,
ou fruto de minha imaginação!
Para a minha surpresa o zelador do prédio
tinha acabado de chegar olhou para mim e foi começou a falar que tinha sido
avisado pela minha vizinha do ap. 105 e
pelo senhor Antonio que a senhora estava de safadeza aqui no corredor do
prédio, resolvi subir pra ver e detectei que é verdade, portanto, chame o seu
namorado que deve ter tomado um porre e entrem para o seu apartamento porque
aqui não é lugar de sem-vergonhice, vou descer e trate de se compor bem rápido,
senão terei que chamar a polícia!
O zelador deu só uma olhadinha para o meu traje,
nem olhou para o morto direito e nem deu tempo para eu falar. Saiu com um
balanço na cabeça.
A minha angústia se tornou ainda maior, teria
que resolver aquele problema, já havia perdido a hora de trabalhar, estava
diante de uma situação que a única suspeita era eu mesma, o que poderia fazer?
Entrei deixei a porta aberta peguei o celular
e então resolvi ligar novamente para a
polícia e relatei o ocorrido.
Em menos de cinco minutos a polícia estava ali,
a velhinha abriu a porta rapidamente e foi logo me acusar de desavergonhada,
sem escrúpulo, disse que eu me diverti e ainda matei o moço!
Ela gritava para todos ouvirem que tinha sido
eu a assassina.
O senhor Antonio nem
deixou a polícia falar e começou a me
acusar, disse que também havia me visto com safadeza no corredor. O senhor
Antonio abaixou perto do morto e com ar de surpresa e de indignação falou que
não sabia que aquele senhor estivera morto, achou que fosse somente um porre e
imediatamente apontou para mim e me chamou de assassina.
Sem saber o que falar para me defender, sem
chance de defesa fiquei quieta, pois
sabia que nada adiantaria diante de tal
situação.
O policial ordenou que eu me vestisse e levou-me
presa!
Liguei para o meu advogado e expliquei a
situação.
Fiquei presa por alguns dias quando o delegado
pediu o pedido de soltura e me relatou que quem havia matado aquele homem tinha
sido os dois velhinhos o senhor Antonio junto com a Senhora de setenta e oito
anos, pois o morto era um ex-namorado da velhinha e tinha passado para o nome
dela uma grande herança, mas ele descobriu que a velhinha estava traindo-o e
prometeu que ia rever o testamento, antes que isto acontecesse ela e o senhor
Antonio o mataram para ficar com a herança.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Crônica - O DIA EM QUE ME DEPAREI COM UM CADÁVER
O DIA EM QUE ME DEPAREI COM UM CADÁVER
Era uma terça feira do mês de abril, abri os olhos cheios de
preguiça, consultei o relógio: seis e meia; fazia um friozinho gostoso que
convidava para ficar um pouquinho mais na cama, mas me enchi de coragem e
levantei; fui até o banheiro escovar meus dentes e lavar meu rosto, a água
estava fria e me despertou.
Escutei a campainha da porta, enxuguei meu rosto depressa e fui
até ela, olhei pelo olho mágico, não vi ninguém, mas a curiosidade fez com que
eu destrancasse a fechadura e abrisse a porta para ver o engraçadinho que tocou
minha campainha tão cedo assim.
Que susto! Tinha um homem estendido na soleira da minha porta.
Olhei o corredor para ver se encontrava alguém, não vi ninguém. Abaixei-me e
coloquei meus dedos no homem, senti que seu corpo estava frio e rígido. Uma
sensação estranha percorreu o meu corpo, um misto de medo e estranheza, nunca
tinha tocado em um cadáver, sempre tive medo de por mão em defunto, até nos da
família; e agora, eu estava sozinha ao lado de um.
Levantei-me, e ainda meio atordoada com a constatação de que havia
um homem morto, estendido na porta do meu apartamento, dei um passo para trás e
consegui forças para correr até o telefone e discar para a Central de Polícia.
Um policial atendeu a chamada. Eu tremia muito, estava quase sem
voz, mal conseguia dizer do que se tratava. Com os pensamentos desconectados
com a realidade, achei que a polícia poderia me considerar culpada pela morte.
Este pensamento me fez paralisar; pensei em desligar o telefone e dar um jeito
de sumir com o corpo, sabia que não conseguia colocá-lo no saco de lixo e pô-lo
na lixeira, mas pensei em picar o corpo com um machado, como os açougueiros
fazem nos açougues. Mas achei difícil de executar esta ideia, pois eu não tinha
machado e depois eu não teria coragem de esquartejar uma pessoa, mesmo que ela
estivesse morta. Eu não estava achando solução nenhuma para o problema que eu
tinha que resolver.
Neste momento surge na sala meu marido, me perguntado o que estava
acontecendo, para quem eu estava ligando. Então falei que era para a polícia,
porque tinha um homem morto na porta.
Ele foi lá, olhou, colocou os seus dedos na jugular, olhou para
mim e disse para eu falar para o policial que havia um homem morto na nossa
porta e passar o endereço.
Comecei a me senti melhor, não estava mais sozinha com um cadáver
na minha frente. Dei a notícia para o policial e o meu endereço.
A polícia demorou um pouco, mas, enfim, chegou, constatou que o
homem estava morto e fez várias perguntas para mim, meu marido e para os
vizinhos que estavam no corredor. Todos falavam muito sobre quem poderia ter
feito isto, ninguém conhecia a vítima, e estavam com muito medo de ter no
prédio um morador homicida.
terça-feira, 24 de abril de 2012
Crônica - Um dia inesperado
Um dia inesperado
Depois de um sonho lindo, abri os olhos, consultei o relógio de
cabeceira para ver as horas e percebi que estava extremamente atrasada,
levantei, fui até o banheiro, tomar uma ducha, logo em seguida escovei
os dentes, lavei o rosto, e quando estava indo me arrumar para o
trabalho, ouvi o som da campainha, e fiquei surpresa e preocupada ao
mesmo tempo, pois esse fato jamais tinha ocorrido nesse horário, saí
correndo e destranquei a porta, e qual foi minha surpresa ao abrir, me
deparei com um homem caído na soleira do meu prédio, fiquei em prantos,
olhei ao redor, não havia ninguém para ajudar, abaixei-me, toquei o
homem de estatura média, forte e aparentemente jovem, senti que seu
corpo estava frio e rígido, que horror, pensei: - Como sair dessa?
Percebendo que realmente era um cadáver, entrei em pânico, sai correndo,
entrei em meu apartamento novamente, peguei o telefone e liguei para a
polícia. Os policiais chegaram rápido, junto com o IML (Instituto Médico
Legal), aproximadamente uma hora depois, fazer o quê, é o que diz o
velho ditado, ¨antes tarde do que nunca¨, imaginem que situação a minha,
esperar esse tempo todo, junto a um cadáver desconhecido.Mais, enfim,
foi constatado que ele havia sofrido um enfarte e falecido no local. Fui
até a delegacia prestar um depoimento informal, o delegado até que foi
simpático, ainda bem, depois de ter passado por todo esse stress. Que
dia inesperado, jamais pensei passar por isso, a vida é mesmo cheia de
surpresas...
terça-feira, 17 de abril de 2012
Donald no País da Matemática.
Esse sem dúvida nenhuma é um filme educativo maravilhoso, feito
pela Disney, lançado nos Estados Unidos em 26 de junho de 1959.
Segue abaixo um trecho do filme e quem puder assista ao
filme todo, vale a pena.
A seguir faça o seu comentário.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Experiências com a palavra escrita - A importância da leitura em minha vida
A minha relação com os livros remonta a minha infância. Desde que me entendo por gente eu me vejo rodeada por livros. Como sou a 7ª filha, em um universo de 8 irmãos, sempre tive acesso a livros, não só livros didáticos dos meus irmãos mais velhos, mas também alguns romances, assim como jornais e revistas.
Aprendi a ler e escrever bem antes de entrar no primeiro ano do curso primário, coisa rara, nos idos anos do final da década de 1960. Bem menina, comecei a devorar os livros, eu me lembro que o primeiro romance que li foi a Moreninha de Joaquim Manuel de Macedo. Além disso, lia jornais e algumas revistas. Muitas vezes, porém, não entendia muito o que lia. Hoje, fazendo essa reflexão sobre as minhas primeiras leituras, percebo que faltava um mediador ao meu lado, um par mais experiente para esclarecer alguns pontos, que a minha precocidade não permitia entender. Este fato deve-se porque fiquei órfã de mãe aos 7 anos de idade e em decorrência disso, ficava em casa com a minha irmã 3 anos mais nova, praticamente sem a companhia de um adulto, boa parte do tempo.
Entretanto, na época eu não tinha essa percepção. Recordo-me que por causa desse hábito, eu me sobressaia nas composições, era esse o nome que se dava às produções de texto naquela época. A professora sempre lia minhas produções para a sala e eu ficava feliz da vida. Uma vez, não me recordo muito bem o tema, com certeza o assunto era sobre crianças, anjos. Li uma matéria no jornal cujo tema era crianças, que por algum motivo morriam, ficou gravado na minha mente anjinhos, referindo-se a essas crianças.Ao escrever associei com a minha leitura da notícia, porém, dessa vez, a professora não gostou do meu texto. Além disso, ela não explicou o porque meu texto não estava bom.Hoje faço ideia do motivo.
Naquela época eu não tinha noção da importância da leitura, para mim era simplesmente uma atividade para passar o tempo e esquecer que estávamos sozinhas, eu e min ha irmã.
Atualmente a minha consciência da importância da leitura é notória. No entanto, o que não mudou foi o ambiente aqui de casa, os livros se acumulam nos quartos e salas, formando pilhas em meio às quais eu tenho que me esgueirar.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Experiências com a palavra escrita - Encantamento
Ler para mim é algo que me traz prazer, pois
me transporta para lugares desconhecidos, me relaxa, me enche de conhecimentos
e me transforma.
Lembro-me que quando criança vivia atrás de
gibis para ler, adorava ler as historinhas da Mônica, me envolvia tanto com a
leitura que às vezes, me ausentava do lugar em que estava para entrar na história, certa vez, em
plena sala de aula, minha professora
estava dando aula, nem me lembro do que, me ausentei por completo e comecei a
ler um gibi em que havia ganho da patroa
de minha mãe, minha professora viu e me tomou na hora, fiquei assustado por
alguns minutos, depois me bateu uma grande tristeza por não ter terminado a
leitura.
Em casa
somos oito irmãos, minha mãe sempre nos incentivava a ler, quando ela chegava
do serviço ela vivia contando histórias , cantava musiquinhas e nos ensinava também a
declamar poesias para os professores em datas comemorativas. Lembro-me com
carinho uma linda apresentação que fiz no dia dos professores, estava na
primeira série, com apenas seis anos de idade, mas como tinha domínio da
leitura, li uma linda poesia em voz alta e sem medo subi em uma cadeira porque
eu era muito pequenina e todos elogiaram e aplaudiram. Nunca mais me esqueci
daquela sensação maravilhosa. Aqui vai uma estrofe da poesia :
“Esta linda casinha
Cheia
de amor e esperança
É a casinha da escola
Do meu tempo de
criança!” ...
Minha mãe vivia procurando livros para nos
presentear, uma vez ela chegou em casa com vários livros, um deles era
Pollyanna, minha mãe sabia que eu iria gostar, e entregou justamente este nas
minhas mãos, pulei de alegria, não largava mais o livro, cada palavra, cada
frase, cada página, penetrava em mim, me encantava, ficava admirada com a vida
sofrida que Polyanna tinha e mesmo assim
ela transformava em verdadeira alegria, lia tanto, e andava pela casa como se
eu fosse a Pollyana, sempre rindo, sempre fazendo o jogo do contente e deixava
transparecer para todo mundo o que eu tinha aprendido com aquela leitura. Uma
grande lição de vida. Realmente foi um momento mágico, despertei até a vontade
em minhas irmãs em ler também o livro, mas eu tinha tanto ciúmes que eu não queria deixar ninguém ler, porque
eu terminava e começava a ler novamente e sempre vivia as emoções existentes,
em cada leitura uma nova sensação, uma nova ideia, um novo aprendizado.
Li vários livros, mas este foi o que mais me
encantou e até hoje vivencio o que aprendi com a Pollyana, sempre aprendo com
os erros e tento sempre ver o lado bom das coisas para que eu esteja sempre contente.

domingo, 8 de abril de 2012
Experiências com a palavra escrita - Adoro ler
Aprendi a ler no 1º ano primário a muitos anos atrás. Cresci em
uma casa que não tinha livros; ganhei meu primeiro livro aos 7 anos de presente
de Natal de um tio, era a história da Branca de Neve e os sete anões; eu
adorava o livro, li tanto que decorei. Depois aos 9 anos ganhei do meu pai, de
presente de aniversário, uma coleção de livros com histórias infantis, li todos
várias vezes.
Na escola onde estudei não havia biblioteca e minhas leituras
ficavam restritas as releituras dos livros que eu tinha. Quando inaugurou a
Biblioteca Municipal, eu tinha 13 anos, e foi a partir desta época que comecei
a ler livros sem ser de histórias infantis. Recordo que li O escaravelho do diabo, de
Lúcia Machado de Almeida e fiquei morrendo de medo de receber um escaravelho e
morrer. Depois comecei a ler livros mais gostosos, sem assassinatos. Porém,
quando eu era um pouco mais velha li muitos livros da Agatha Christie e gostei
muito.
Adoro ler, esqueço o tempo e viajo na história conhecendo outros
lugares, outras paisagens, muitos personagens e situações, que só a leitura
proporciona.
Uma homenagem a Millôr Fernandes, um grande escritor...
Poesia Matemática
Texto extraído do livro "Tempo e Contratempo", Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954, pág. sem número, publicado com o pseudônimo de Vão Gogo.
Millôr Fernandes
Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.
Texto extraído do livro "Tempo e Contratempo", Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954, pág. sem número, publicado com o pseudônimo de Vão Gogo.
sábado, 7 de abril de 2012
Experiências com a palavra escrita - Criar e descobrir através da leitura e escrita.
Apesar de ser da área de exatas, sempre gostei de ler e escrever, um livro que marcou muito a minha infância no Ensino Fundamental foi Pollyanna, um romance de Eleonor H. Porter, um verdadeiro clássico, na minha opinião, da Literatura infanto-juvenil, uma história de vida que nos faz refletir, sobre os acontecimentos, que por mais desagradáveis que sejam devemos ser otimistas e sempre estar contentes, pois, nada melhor que o tempo para mudar as coisas.Usando a criatividade podemos descobrir através da leitura e escrita, um mundo mágico, onde podemos dar um novo sentido a vida, através dessa experiência, aprendemos, crescemos e reescrevemos a nossa própria história.A leitura e a escrita tem um papel importante na nossa formação, a criação através dos nossos sonhos como forma de uma busca incessante pelos nossos ideais.Talvez seja isso o que me encanta ao ler um livro, porque dele posso tirar lições de vida, no qual me ajuda a traçar um caminho cheio de esperanças por um futuro melhor, e criar e descobrir depende dessa integração de informações novas que acrescentamos ao nosso conhecimento, além de ser um processo contínuo de aprendizagem, contribuindo para a nossa formação de senso crítico.
Texto de apresentação
Este Blog faz parte do programa de formação à distância de educadores do Estado de São Paulo. Esse curso sobre Práticas de Leitura e Escrita no contexto digital, tem como objetivo ¨exercitar as diferentes capacidades e competências leitoras e de produção de textos em diferentes linguagens¨, como forma de melhorar o ensino, fazendo com que o educador utilize vários recursos e amplie metodologias inovadoras como a mídia, potencializando o processo de leitura e principalmente repensando na Educação como formação do conhecimento, despertando o interesse, e possibilitando uma efetiva aprendizagem.
Neste blog, vocês irão encontrar depoimentos de experiências sobre Leitura e Escrita, relato de crônicas feitas pelos colaboradores, entre outros...
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