A minha relação com os livros remonta a minha infância. Desde que me entendo por gente eu me vejo rodeada por livros. Como sou a 7ª filha, em um universo de 8 irmãos, sempre tive acesso a livros, não só livros didáticos dos meus irmãos mais velhos, mas também alguns romances, assim como jornais e revistas.
Aprendi a ler e escrever bem antes de entrar no primeiro ano do curso primário, coisa rara, nos idos anos do final da década de 1960. Bem menina, comecei a devorar os livros, eu me lembro que o primeiro romance que li foi a Moreninha de Joaquim Manuel de Macedo. Além disso, lia jornais e algumas revistas. Muitas vezes, porém, não entendia muito o que lia. Hoje, fazendo essa reflexão sobre as minhas primeiras leituras, percebo que faltava um mediador ao meu lado, um par mais experiente para esclarecer alguns pontos, que a minha precocidade não permitia entender. Este fato deve-se porque fiquei órfã de mãe aos 7 anos de idade e em decorrência disso, ficava em casa com a minha irmã 3 anos mais nova, praticamente sem a companhia de um adulto, boa parte do tempo.
Entretanto, na época eu não tinha essa percepção. Recordo-me que por causa desse hábito, eu me sobressaia nas composições, era esse o nome que se dava às produções de texto naquela época. A professora sempre lia minhas produções para a sala e eu ficava feliz da vida. Uma vez, não me recordo muito bem o tema, com certeza o assunto era sobre crianças, anjos. Li uma matéria no jornal cujo tema era crianças, que por algum motivo morriam, ficou gravado na minha mente anjinhos, referindo-se a essas crianças.Ao escrever associei com a minha leitura da notícia, porém, dessa vez, a professora não gostou do meu texto. Além disso, ela não explicou o porque meu texto não estava bom.Hoje faço ideia do motivo.
Naquela época eu não tinha noção da importância da leitura, para mim era simplesmente uma atividade para passar o tempo e esquecer que estávamos sozinhas, eu e min ha irmã.
Atualmente a minha consciência da importância da leitura é notória. No entanto, o que não mudou foi o ambiente aqui de casa, os livros se acumulam nos quartos e salas, formando pilhas em meio às quais eu tenho que me esgueirar.
Olá, Elizabeth!
ResponderExcluirFiquei comovida com sua história!
Um abraço!
Rose.
Oi,Rosicléia,
ResponderExcluirQue bom que meu texto de certa forma mexeu com vc. Significa que consegui transmitir o que tb sinto.
bjs